sábado, 25 de julho de 2015

Raio (PC)X

Já vinha pensando numa postagem assim há tempos, mostrando todos os detalhes visíveis (e alguns nem tanto) do PCX.
Uma tarde no lava-rápido, câmera na mão e voilá!


Reparem na foto que o PCX bebe na fonte do descontinuado (e injustiçado) Yamaha Neo 115 no tocante ao espaço para os pés, que ficam separados em nichos próprios, ao invés da popular plataforma plana usada pelo Burgman 125 e outros. O banco em dois níveis e com apoio para o condutor e a posição do guidão ajudam no conforto, mas o garupa merecia um pouco mais de espuma na região do "pandeiro" e alças melhores para se segurar.



O posto de condução do PCX, com um guidão de tamanho adequado pra escapar dos retrovisores nossos de cada corredor e bom ângulo de esterçamento. Note os contrapesos nas pontas do guidão.



Punho esquerdo. Note que as funções de buzina e seta seguem a tendência de inversão de posições entre si, o que acaba criando um festival de buzinadas involuntárias e setas não dadas em conversões. Parece o lance das tomadas de três pinos: ninguém precisava mas alguém foi lá e resolveu que ia ser assim e pronto.



Punho direito. Em destaque o controle do Idling Stop, o sistema que liga e desliga o motor a cada parada.


O painel de instrumentos, simples porém funcional. Em verde a luz que indica o funcionamento do Idling Stop (acesa quando andando, piscando quando parada). No display digital os dois hodômetros (total e parcial) e o marcador de combustível. Abaixo dele a luz de injeção. Do outro lado a luz de farol alto (abaixo) e a de temperatura (ao lado da Idling Stop). 




Aqui reside um dos meus problemas com o PCX: os retrovisores. Num caso típico de forma é tudo e função que se dane, oferecem um campo de retrovisão pequeno independente do quanto se ajuste. O melhor que consegui foi 60% do meu braço com 40% do veículo que vem atrás. A Honda poderia (aliás, deveria) rever esse quesito.


Grupo ótico dianteiro, inspirado na VFR 1200. Cumpre muito bem seu papel.


Grupo ótico traseiro, com setas embutidas.



Contato de ignição, com shutter key.Ao lado a tecla de função dupla que abre a portinhola do tanque (FUEL) e o banco (SEAT), que só podem ser abertos com a chave na posição opener.


Praticamente um pré-requisito para scooters, o porta-objetos do escudo frontal do PCX oferece espaço para chaves, carteiras e celulares (dependendo do tamanho, claro). Importante ressaltar que ele não tem sistema de travamento com chave, além de ser um pouco "manhoso" para fechar.


E o que seria um scooter sem o porta-objetos sob o banco? Ponto para o PCX nesse quesito, que oferece além da cuba para o capacete uma área a mais para acomodar outros itens. Em branco, o visualizador do líquido de arrefecimento.


O bocal do tanque de 5,9 litros, protegido por portinhola.


Pedaleira do garupa, de fácil extensão e recolhimento.


Finalizando, o descanso lateral e o cavalete central.




Taí, um "raio x" rápido, pra ilustrar algumas características do PCX.
Espero que tenham gostado.

Clube dos 500

Como havia dito na postagem "Marco Zero", já tive outras motos mas o Jarvis é meu primeiro scooter para uso pessoal. Minhas experiências com veículos desse tipo se limitavam, até então, a passeios ocasionais nos que meu pai teve, sendo o máximo de tempo que passei com um foi quando roubaram a última Falcon e fiquei por dois meses com um Suzuki Address 100 até a correia de transmissão romper e eu ficar "pausado" com motos até 2015.

Quase dois meses e 500 km depois, o que posso dizer?

Na verdade o scooter era minha última opção numa lista composta por:
- CB 300 R;
- XTZ 150 Crosser;
- Ténéré 250;
- Bros 160.
- PCX.

A escolha por ele foi um típico caso de "47 do segundo tempo", pode-se dizer literalmente que a decisão se deu dentro do showroom ao ver uma unidade branca e a consciência dizer em alto e bom som:
"Hora de sair do lugar-comum, não acha? Você já se acostumou com o do seu pai, por que não ter um pra chamar de seu?"

E assim foi. Fechei o negócio já sabendo de antemão das qualidades e defeitos, tendo lido todos os testes possíveis e imagináveis feitos com ele desde o lançamento, fossem avaliações individuais ou comparativos.
E hoje posso dizer que ele tem atendido as minhas expectativas, algumas vezes até de forma excepcional. Seja no trânsito urbano, onde ele roda 95% do seu tempo, ou nos deslocamentos entre Santos-Cubatão (onde mora minha namorada, uns 40 km ida e volta) ele cumpre bem seu papel. A equação é clara e simples: respeito as limitações do veículo e exploro ao máximo suas potencialidades.

Nesses 500 km a autonomia tem se mantido na casa dos 160 km rodados com um tanque de 5,9 litros de capacidade. Levando-se em conta que o Jarvis tem que lidar com meu "lastro" de 125 kg (fora eventuais garupas) eu considero uma boa marca.
Optei por abastecer sempre com gasolina Petrobrás Grid, a mesma que meu pai usa no seu Burgman 650. Pago quase R$ 19,00 no abastecimento mas compensa bastante.

Um contratempo relatado por 99,999999% dos donos das primeira unidades do PCX é a suspensão traseira e sua predileção por chegar ao fim do curso em qualquer situação e qualquer piso. Até o momento dessa postagem não notei nada nesse sentido no Jarvis, e confesso que foi uma das coisas que pesei bastante antes de fechar o negócio. Consta que a Honda teria dado cabo do problema nas unidades mais recentes do modelo. De toda forma vou ficar atento a isso.

No fim das contas tenho convicção de ter feito um bom negócio. Evidente que ainda estamos no período que as celebridades definem como "nos conhecendo melhor" mas tenho gostado muito do scooter. E que essa impressão se fortaleça nos próximos relatos conforme os quilômetros foram se acumulando no hodômetro. 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Marco Zero

No começo desse ano fui assolado por um caminhão de dores de cabeça. Algumas pessoais, outras financeiras causadas por uma série interminável de problemas com meu carro... enfim, foram seis meses para serem devidamente jogados no "arquivo morto" e lá ficarem até um dia depois do fim do mundo.
O fim da picada foi ter sido vítima de um assalto a mão armada em abril onde só não me levaram a roupa do corpo... em compensação levaram todo o resto, um "pacote" que incluía desde o carro (que era da empresa da família, só pra piorar ainda mais o caldo) até as compras que eu e minha namorada fizemos na mesma noite do assalto.

Ou seja, nesse turbilhão de problemas e emoções negativas eu me vi totalmente a pé. E confesso: sou automóvel-dependente. Ou melhor, liberdade-dependente. Gosto de carros, evidente, mas principalmente da liberdade que o carro traz. O livre arbítrio entre ir e vir. Sensação essa que me fazia falta. Por mais que o ônibus e a bicicleta quebrassem um galho não era (ÓBVIO!) a mesma coisa.

Meu pai me emprestou seu scooter, um enorme Suzuki Burgman 650, para que eu fosse do ponto A (doravante denominado "casa") ao ponto B (doravante denominado "emprego") e vice-versa, Já era um grande alívio mas trazia consigo a preocupação inerente de usar algo que não é seu, além de só ter o uso liberado durante a semana. Fiquei nessa tocada por um tempo até juntar uma grana e adquirir meu atual scooter: um Honda PCX 150.



Ando de moto desde 95, ou seja, não sou nenhum neófito na arte das duas rodas. Tive um XR 200 e duas Falcon, sendo que a última fora roubada em 2008 (já deu pra notar um padrão aí?). Foram sete anos longe de qualquer coisa com duas rodas e um motor mas em junho deste ano acabei com o jejum.

E é justamente essa a razão deste blog.

A ideia inicial era fazer do VELOCIDADE COTIDIANA um blog de jornalismo automotivo, apresentando avaliações baseadas no uso puramente cotidiano de carros e motos. Sem velocidades máximas, 0-100, etc., coisas que o consumidor comum não se interessa e nem quer saber. Ou alguém realmente acha que uma mãe da família com dois filhos de 4 e 7 anos quer mesmo saber se o carro dela faz 0-100 km/h em 10 segundos?
Era essa a ideia do blog mas, infelizmente, prospectamos por dois meses seguidos e sequer conseguimos uma resposta. Até a montadora que minha família representa  me deixou no vácuo total. Nem tudo foi decepção, entretanto: duas pessoas extremamente bacanas nos estenderam as mãos nesse período que tentávamos fazer a coisa decolar, nossos "santos padroeiros" que merecerão um post mais a frente.

Agora o espaço renasce com outra finalidade: relatar o dia-a-dia, as alegrias e tristezas (que, espero, sejam poucas) de ter um scooter como veículo 99% principal.
Então, bora lá, que o caminho é longo e o percurso é prazeroso!

Leonardo Mendes
MTB 42.273